A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição publicou recentemente um posicionamento em relação à exclusão de glúten da dieta. O estudo foi feito por três pesquisadores através de uma revisão bibliográfica. Os pesquisadores são de duas das principais universidades do país (USP e UNIFESP) e uma das mais importantes universidades do mundo (Cambridge, Inglaterra).
O documento mostra que as dietas restritivas estão em alta ao redor do mundo, entre elas a dieta sem glúten. Os autores explicam a fisiologia e os tipos da doença celíaca e, ainda, afirmam que o tratamento para aqueles acometidos por esta doença deve ser a exclusão de alimentos que contenham o glúten – proteína presente no trigo, na aveia, no centeio e na cevada. No entanto, mesmo sem aumento da prevalência desta doença, a produção de produtos sem glúten tem aumentado significativamente, com a premissa dos fabricantes e dos consumidores de que estes alimentos são “mais saudáveis”.
A conclusão do posicionamento é de que não há evidencias científicas que comprovem que a exclusão do glúten da dieta seja benéfica para pacientes saudáveis e que estes podem, ainda, prejudicar a própria microbiota intestinal ao adotar esse tipo de dieta. Inclusive aqueles que apresentam a doença celíaca não perdem peso após o início do tratamento sem alimentos que contenham glúten na dieta. Em caso da adoção da dieta sem glúten, é preciso uma substituição adequada por outros cereais integrais e hortaliças de baixa densidade energética, para não comprometer a nutrição e o funcionamento do corpo.
Referências bibliográficas:
1. Pantaleão LC, Amancio OMS, Rogero, MM. Declaração de Posicionamento da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição sobre Dieta sem Glúten. Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, 2015.
