Após a execução de uma sessão de exercícios, aeróbio ou contra-resistência, a taxa metabólica permanece elevada em relação aos valores de repouso, para que o organismo retorne ao seu estado de equilíbrio. Esse momento, denominado por Gaesser e Brooks como EPOC (excesso de oxigênio consumido pós-exercício), caracteriza-se pelo consumo de oxigênio aumentado em relação ao período pré-exercício. O consumo de oxigênio guarda relação direta com o gasto energético, ou seja, considera-se que a cada litro de O2 consumido, aproximadamente 5 Kcal são geradas no organismo.
O excesso de consumo de oxigênio após o exercício consiste em um componente rápido e um componente prolongado. O componente rápido do EPOC ocorre dentro de 1h. Embora a causa precisa dessas respostas não esteja bem esclarecida, é provável que esses fatores contribuam para: a ressíntese de ATP/CP, redistribuição comportamental dos íons (aumento na atividade da bomba de sódio e potássio), remoção do lactato, restauração do dano tecidual, assim como restauração do aumento da freqüência cardíaca e do aumento da temperatura corporal.
Durante o componente prolongado, processos para o retorno da homeostase fisiológica ocorrem continuamente, porém em um nível mais baixo. Esses processos podem incluir o ciclo de Krebs com maior utilização de ácidos graxos livres; efeitos de vários hormônios, como o cortisol, insulina, ACTH, hormônios da tireóide e GH; ressíntese de hemoglobina e mioglobina; aumento da atividade simpática; aumento da respiração mitocondrial pelo aumento da concentração de norepinefrina; ressíntese de glicogênio e aumento da temperatura.
Evidências científicas mostraram que no pós-exercício ocorre aumento da oxidação do glicerol, que vem a ser uma contribuição adicional para a redução da lipogênese, pois com o exercício estimula-se a função dos hormônios tireoidianos. Estes permitem que uma quantidade maior de glicose permaneça na circulação (não sendo utilizada pelas células), promovendo desta forma o catabolismo da glicose e o metabolismo das gorduras.
Hoje em dia instituições com American Heart Association recomendam exercícios que utilizem os maiores grupos musculares, para manter uma quantidade de força, endurance e massa muscular. Isso porque os exercícios com pesos aumentam o gasto de energia no repouso, pelo aumento da massa muscular.
Outro motivo pelo qual o treinamento contra-resistência parece ser importante é a elevação do VO2 residual pós-exercício. Exercícios contra-resistência, elevam o lactato sanguíneo, catecolaminas e hormônios anabólicos, mantendo a razão da troca respiratória pós exercício elevada durante um período de 2 horas e a taxa metabólica de repouso elevada por até 15 horas, utilizando a gordura como substrato energético durante esse período.
A figura abaixo ilustra o consumo de oxigênio antes, durante e após uma sessão de exercício contra-resistência:
Ainda é bastante discutida qual a combinação de exercício que potencializa o EPOC e qual combinação que faz o seu tempo aumentar. Porém, pode-se afirmar que EPOC pode ser um importante fator para a redução ponderal.
Referências Bibliográficas:
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2. Foreaux et al. Efeito do consumo excessivo de oxigênio após exercício e da taxa metabólica de repouso no gasto energético. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. 2006. 12(6).
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