A utilização de agrotóxicos está muito presente no sistema agrícola que abastece a indústria de alimentos atualmente em diversos países. No entanto, a exposição constante a resíduos encontrados nos alimentos convencionais é fator preocupante para a maioria das pessoas e tema de diversos estudos. Sabe-se que o contato com tais substâncias em excesso pode acarretar efeitos agudos ou crônicos, manifestando-se em doenças como câncer, malformações congênitas, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.
Uma alternativa a esse modelo de produção é a agricultura familiar, destinada à subsistência e à qualidade de vida do pequeno produtor rural e de sua família, inserindo seus produtos num mercado que é cada vez maior e atua com relações mais solidárias.
Em nível nacional, uma série de fatores são fundamentais para o bom desenvolvimento da agricultura familiar, tais como: condições agroecológicas e as características territoriais; ambiente político; acesso aos mercados; acesso à terra e aos recursos naturais; acesso à tecnologia e serviços de extensão; acesso ao financiamento; condições demográficas, econômicas e socioculturais; disponibilidade de educação especializada; entre outros.
A partir da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), o estado adota ações visando promover e garantir a Segurança Alimentar e Nutricional da população, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Programa Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (Pronat) foram implementados com o objetivo de apoiar o pequeno produtor rural e acelerar processos locais e sub-regionais, de maneira que se ampliem as oportunidades de geração de renda de forma descentralizada e sustentável. As políticas públicas são uma importante forma de incentivar a agricultura familiar, orgânica ou não, que é promotora da soberania alimentar.
Em muitos países em desenvolvimento, a agricultura é a principal atividade e fonte de renda para uma grande parte da população. Dessa forma, o investimento em agricultura familiar apresenta um potencial considerável para o desenvolvimento econômico, além de propiciar melhores condições de vida, auxiliar na erradicação da fome e beneficiar a saúde da população com alimentos saudáveis e livres de substâncias tóxicas.
Referências bibliográficas
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