Etimologicamente, o pequi, árvore nativa e símbolo do cerrado brasileiro, também conhecido popularmente como “Piqui”, “Piquiá”, “Pequerim”, “Amêndoa-de-espinho”, “Almendro”, “Barbasco”, “Grão-de-cavalo”, “Suari” tem sua origem no tupi, onde py significa casca e qui corresponde a espinho, originando casca espinhosa, possivelmente devido ao caroço do fruto ser revestido por finos espinhos.
O fruto de pequi é consumido pelas populações que habitam as regiões onde são produzidos. O Estado de Minas Gerais (MG) é o principal produtor e consumidor do pequi, sendo que, no ano de 2003, foram comercializados aproximadamente 20.000kg desse fruto.
A polpa do pequi é utilizada na elaboração de diferentes pratos, como: arroz com pequi, feijão com pequi, frango com pequi, cuscuz com pequi e o tradicional baião de três: arroz, feijão e pequi. Já a sua amêndoa, normalmente assada, é utilizada como ingrediente de farofas, doces e paçocas, além de ser consumida salgada como petisco.
O fruto é uma importante fonte de fibra alimentar, além de possuir 209mg/100g de fenólicos totais, valores superiores aos encontrados na maioria das polpas de frutas consumidas no Brasil. Esses resultados indicam que a polpa do pequi é um alimento com elevada capacidade antioxidante, ou seja, pode auxiliar no combate aos radicais livres, compostos que prejudicam o bom funcionamento e a estrutura de células saudáveis do corpo.
Estudos mostraram ainda que, na polpa e na amêndoa do pequi, os lipídios são os constituintes predominantes, prevalecendo nestes os ácidos graxos oleico e palmítico. Na polpa, também se detectam um teor elevado de fibra alimentar e a presença de compostos fenólicos e carotenóides totais, os quais estão associados à prevenção de processos oxidativos, concluindo que o óleo de pequi, além de possuir várias propriedades nutricionais, apresenta efeitos antioxidantes e cardiovasculares protetores.
Fontes: Almeida e Silva, 1994; Araújo, 1995; Almeida, 1998; Ramos ET. AL., 2001; Barbosa e Amante, 2005; Santos ET. AL., 2005; Oliveira, 2008; Boletim informativo UFMG, no 1511, 2005; Almeida ET. AL., 2008.
Referências bibliográficas
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