A anemia causada pela deficiência no consumo de ferro através da alimentação é a maior carência nutricional do mundo. Pensando nisso, o Ministério da Saúde recomenda diversas ações voltadas para sua prevenção, dentre elas, a fortificação de farinhas de milho e de trigo com ferro e ácido fólico – obrigatória desde 2002.
No dia 15 de setembro, foi aberta uma consulta pública para tratar sobre o assunto, a qual ficará disponível até 14 de novembro. A consulta pública, pretende abordar a quantidade e forma de rotulagem dos produtos enriquecidos. Um dos temas a ser discutido é a restrição dos compostos usados para a fortificação. A RDC 344/2002, a qual regula a fortificação das farinhas, libera a utilização de seis tipos de compostos de ferro para a fortificação. A discussão pretende restringir os compostos de seis para dois tipos, em diferentes formas de apresentação.
Para a seleção e utilização de um alimento como veículo de fortificação de ferro, deve ser observado se o alimento é amplamente consumido pela população alvo, levando em consideração seu custo e disponibilidade no mercado. Um estudo realizado em 3 municípios do estado de São Paulo, por exemplo, aplicou a fortificação de ferro através do leite oferecido para as crianças nas creches, e observou uma redução de 66,4% para 20,6% na incidência de anemia após 9 meses do consumo do leite fortificado. Sendo assim, foi possível concluir que o método de fortificação de alimentos possui boa efetividade, pois diminuiu a incidência da deficiência, sem alterar o hábito alimentar da população estudada.
Referências bibliográficas
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