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PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANCs)

 

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais) podem ser encontradas facilmente, mas as pessoas não sabem de sua função alimentar; muitas são consideradas “matos”, plantas indesejadas que nascem ocasionalmente nos quintais ou lavouras. As PANCs eram mais comuns há algumas décadas, mas hoje estão voltando aos pratos, inclusive sendo bastante valorizadas nas cozinhas de alta gastronomia.
Muitas PANCs são conhecidas regionalmente e se observa grande esforço para a identificação e divulgação dessas espécies por todo o Brasil, assim como para elucidar seus possíveis usos na cozinha.
O especialista e pesquisador do assunto, Valdely Ferreira Kinupp, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, fundador do herbário do mesmo instituto e um dos criadores da denominação “PANCs”, afirma que 90% do alimento mundial vêm apenas de 20 espécies, mas existe enorme variedade de plantas com potencial alimentício e nutricional identificadas ainda não exploradas por falta de conhecimento da população. Em sua tese, Kinupp cita outro estudioso, Melhem Adas, que traz reflexão interessante sobre o melhor aproveitamento dos alimentos e afirma que o problema da fome não é a crise (falta de alimento) e sim um escândalo (mal-uso, desperdício, concentração de riqueza, desconhecimento). O conhecimento e melhor uso das PANCs não são a solução para a fome, mas certamente fazem parte de uma cultura alimentar em construção para o melhor aproveitamento dos alimentos e parte do conjunto de ideias e mudanças comportamentais que podem ser solução.

 

• Peixinho (folha utilizada para chás ou empanada para aperitivo);
• Maracujá-do-mato (para fazer doces, geleias, sucos);
• Beldroega (usada em saladas ou refogada)
• Ora-pro-nóbis (mais utilizada em refogados, é comum no estado de Minas Gerais)
• Capuchinha (flor comestível, mais comumente empregada em saladas)
• Azedinhas (as folhas são utilizadas cruas em saladas, refogadas ou em sopas e cozidos)

 

Buscar o novo pode ser valioso para a cultura, para a alimentação e para o ambiente. Consumir maior variedade de alimentos de preferências locais e in natura é recomendação dos órgãos de saúde de todo o mundo.

 

 

Referências Bibliográficas:

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Pesquisadora faz palestra sobre plantas alimentícias não tradicionais. Embrapa: junho. 2015. Disponível em: https://www.embrapa.br/web/portal/busca-de-noticias/-/noticia/3288809/pesquisadora-faz-palestra-sobre-plantas-alimenticias-nao-convencionais. Acesso em 16 de janeiro de 2017.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Oficina ensina a identificar plantas não convencionais do Rio de Janeiro. Embrapa: setembro, 2015. Disponível em: https://www.embrapa.br/web/portal/busca-de-noticias/-/noticia/5086934/oficina-vai-ensinar-a-identificar-plantas-alimenticias-nao-convencionais-no-rj. Acesso em: 16 de janeiro de 2017.

Kinupp, V.F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre, RS. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007.
O Estado de São Paulo. Conheça as PANCs- Plantas alimentícias não convencionais. Disponível em: http://paladar.estadao.com.br/noticias/comida,conheca-14-especies-de-pancs,10000067058. Acesso em 16 de janeiro de 2017.