A dieta Mediterrânea, caracterizada pelo maior consumo de frutas, hortaliças, peixes e azeite de oliva, menor ingestão de carnes e derivados e consumo moderado de vinho, tem sido relacionada ao efeito protetor contra doenças cardiovasculares, metabólicas e associadas ao processo de envelhecimento, que é frequentemente ligada ao declínio das funções cognitivas, incluindo a memória.
Em uma pesquisa realizada na Espanha, os participantes de um estudo que investiga o efeito da dieta Mediterrânea sobre o risco cardiovascular foram convidados a fazer um teste neuropsicológico para avaliar o desempenho cognitivo e sua relação com os alimentos da dieta. Dos 578 participantes recrutados, 447 estavam disponíveis para análise e todos eram indivídios com risco cardiovascular, mas sem sintomas, de 55 a 80 anos de idade, sendo que 52% eram mulheres.
Os resultados mostraram que o melhor desempenho cognitivo está relacionado ao consumo de alimentos com propriedades antioxidantes (azeite de oliva, café, nozes e vinho) e maior ingestão de alimentos ricos em polifenóis, compostos antioxidantes que foram mensurados através da excreção urinária.
No entanto, ainda não se pode afirmar que a dieta Mediterrânea é a causa do melhor desempenho cognitivo, pois a presente pesquisa avaliou o grupo apenas uma vez, além disso, como foi realizada em indivíduos com alto risco cardiovascular, os resultados não se estendem à população geral. Assim, é uma indicativa de que componentes da dieta Mediterrânea podem combater o declínio cognitivo relacionado à idade.
Referência bibliográfica
1. Valls-Pedret C, Lamuela-Raventós RM, Medina-Remón A, Quintana M, Corella D, Pintó X, Martínez-González MÁ, Estruch R, Ros E. Polyphenol-rich foods in the Mediterranean diet are associated with better cognitive function in elderly subjects at high cardiovascular risk. J Alzheimers Dis. 2012;29(4):773-82.