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Sistema Imunológico, Exercícios e Alimentação

O enfraquecimento do sistema imunológico pode ser estimulado por diversos fatores como o estresse, a permanência em locais fechados, o clima, a alimentação, o tabagismo, o sono e a atividade física.
A influência da atividade física sobre o contexto do sistema imunológico tem merecido atenção relevante no cenário científico, principalmente quando se relaciona o exercício com a incidência de infecções do trato respiratório superior. O exercício físico pode resultar em respostas tanto positivas como negativas à imunidade, dependendo do modelo de estresse a que o corpo é submetido. Em situações de atividade física extenuante, como no caso dos atletas envolvidos em longos períodos de treinamento intenso, o aumento da suscetibilidade a infecções é amplamente observado.
De acordo com Gleeson, 2007, a prática de exercício físico moderado pode promover uma ação positiva ao sistema imunológico reduzindo a incidência a infecções, já exercícios intensos e de longa duração podem reduzir a resposta imunológica por um período de três a vinte e quatro horas, tornando o organismo do atleta mais suscetível à riscos de infecções durante este período.
Entre as várias hipóteses feitas para explicar tal ocorrência, é a teoria da curva em “J” de Niemann e Canarella, a teoria da janela aberta de Pedersen e Ullum, que propõem, a existência de período de imunossupressão após exercício de alta intensidade.
De acordo com o gráfico abaixo, quanto maior o volume de treino, maior é a incidência de doenças do trato respiratório superior:

Sistema Imunológico, Exercícios e Alimentação_imagem

Fonte:. MAUGHAN, R.J., 2009.

Para garantir uma redução destes riscos é fundamental promover uma excelente recuperação através da oferta adequada de nutrientes e garantir um sono de qualidade.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva, 2009, oferecer uma ingestão adequada de nutrientes como os carboidratos e garantir uma boa hidratação, é um fator fundamental para recuperação do atleta:
Carboidratos: 10g/kg de peso/dia (durante o exercício: entre 7 e 8g/kg de peso/hora de treino e após o exercício: carboidratos simples entre 0,7 e 1,5g/kg peso no período de quatro horas);
Hidratação: Exercícios prolongados: ingestão de líquidos contendo sódio e carboidrato.
Oferecer quantidades adequadas de proteínas, vitaminas e minerais também é essencial, e ainda vários estudos recentes vêem demonstrando que os probióticos podem oferecer benefícios ao sistema imunológico através do controle da microbiota intestinal, promoção da resistência gastrintestinal à colonização por patógenos e estimulação do sistema imune.
Além disso, de acordo com Palma, et al, (2007), garantir um sono de qualidade é essencial já que a privação do sono resulta em alterações importantes no sistema imunológico.

 

Referências Bibliográficas
1. Gleeson M. Immune function in sport and exercise. Journal of Applied Physiology, 2007; 103:693-699.
2. IOC Medical Comission. MAUGHAN, R.J. (editor). The Olympic Textbook of Science in Sport. Malasia: Vivar Printing Sdn Bhd, 2009.
3. Rosa LF, Vaisberg MW. Influências do exercício na resposta imune. Rev Bras Med Esporte. 2002; 8(4).
4. Saad SMI. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 2006; 42(1).
5. Silva RP. Imunoglobulina A salivar (IgA-s) e exercício: relevância do controle em atletas e implicações metodológicas. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 15, n. 6, dez. 2009 .
6. Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Rev Bras de Medicina do Esporte, 2009; 15(3).