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Dieta “Mind”

A dieta MIND (um acrônimo de “Intervenção Mediterrânea-Dash para atraso Neurodegenerativo” e que forma a palavra inglesa correspondente, em português, a “mente”) é denominada após as dietas do Mediterrâneo e DASH, inicialmente associadas a uma melhor saúde cardiovascular, mas com modificações baseadas nos achados mais atraentes no campo dieta-demência.
A demência é um nome coletivo para síndromes cerebrais progressivas que afetam memória, pensamento, comportamento e emoção, sendo a principal causa de deficiência e dependência entre os idosos. Existem mais de 100 formas de demência, sendo a mais conhecida a doença de Alzheimer, que representa 60-70% de todos os casos.
Com a transição demográfica ocasionada pelo envelhecimento da população, a previsão é que, até 2030, 20% das pessoas com mais de 65 anos terão demência ou doença de Alzheimer no mundo. Assim, mudanças na alimentação e no estilo de vida são necessárias e quanto mais precoce a intervenção mais distante será a manifestação da patologia.
Por ser muito recente, o primeiro artigo descrevendo a dieta MIND e sua eficácia foi publicado em 2015. Nele, Martha Clare Morris, epidemiologista nutricional e principal idealizadora da mesma, acompanhou 960 participantes com idade superior a 50 em um período de cinco anos. Os resultados do estudo mostraram que a inclusão de um número maior de alimentos recomendados pela dieta MIND nas refeições diárias de cada pessoa foi associada a um menor declínio cognitivo, quando comparado a uma dieta na qual esses alimentos não foram incluídos ou estavam presentes em quantidades menores.
Estudos prospectivos observaram menor declínio nas habilidades cognitivas em uma alimentação com alto consumo de vegetais de folhas verdes e um tipo específico de frutas, as berries. Desta forma, os achados dos estudos oferecem evidências em apoio a dieta MIND como um método potencial na prevenção do declínio cognitivo, bem como do risco de desenvolver demência.

Referências bibliográficas

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