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O efeito de ultramaratonas sob condições de frio intenso em parâmetros imunológicos

O exercício físico é recomendado para a prevenção de várias doenças, controle de peso ou retardar o aparecimento de distúrbios crônicos. Por outro lado, alterações metabólicas associadas ao exercício prolongado podem levar a alterações dos marcadores sanguíneos, como reduções das hemácias, aumento de leucócitos, imunoglobulinas e enzimas.
Estudos sugerem que temperaturas extremamente frias ou quentes têm consequências deletérias para o sistema imunológico dos participantes e para seu desempenho atlético, podendo ser refletida no estado físico após a corrida como fraqueza, náusea, febre, inchaço e espasmos musculares.
No estudo de Zákovská et al. (2017), com 15 aletas, após uma corrida de 100 km os leucócitos aumentaram e em sete dos atletas o número de leucócitos dobrou; os neutrófilos e monócitos aumentaram, enquanto o número de linfócitos e eosinófilos não se alterou. Quanto aos anticorpos, a IgG aumentou, mas IgA e IgM permaneceram inalterados; já as plaquetas aumentaram, enquanto o número de glóbulos vermelhos, hematócrito e hemoglobina não se alterou. Com relação as enzimas, os valores de lactato desidrogenase e creatina quinase aumentaram, mas a concentração de alanina aminotransferase não se alterou.
Com isso, verificamos que uma ampla gama de mudanças fisiológicas em atletas ocorreu após uma maratona sob condições frias, apresentando um efeito negativo no sistema imunológico expresso como inflamação. Porém, deve-se levar em consideração não somente as condições ambientais e o exercício extenuante, mas também a saúde geral do atleta e o papel do fator genético.


Referências Bibliográficas

ŽÁKOVSKÁ, A. et al. The Effect of a 100-km Ultra-Marathon under Freezing Conditions on Selected Immunological and Hematological Parameters. Frontiers in physiology, v.8, p.638, 2017.