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Cúrcuma

A cúrcuma é originária do sudeste da Ásia, cultivada há mais de dois mil anos pelos indianos e chineses. Foi trazida para o Brasil durante a colonização no século XVII e se adaptou ao clima tropical. De nome científico Curcuma longa, é conhecida popularmente como açafrão-da-terra, açafrão-da-Índia, turmérico, gengibre dourada ou mangarataia, porém, não deve ser confundida com o açafrão (Crocus Sativus, comercializado em pó ou em pistilos).
Essa especiaria é pertencente à família do gengibre e é consumida em forma de pó derivado da sua raiz, que era utilizada como corante de tecidos desde a antiguidade. Nas preparações culinárias, por sua vez, além de fornecer sua cor amarelo forte, também agrega um gosto levemente amargo mesmo em pequenas quantidades.
Sua cor amarelada é devido ao pigmento natural curcumina com propriedades importantes para a saúde já consolidadas pela ciência. Tem ação antioxidante, evitando os danos da oxidação como o envelhecimento precoce. Além disso, tem ação anti-inflamatória, já que inibe a ação de fatores inflamatórios (Fator NF-kB, Proteina quinase ativada, Fator de necrose tumoral, entre outros) e restaura a fluidez da membrana celular (limitando a liberação de fatores inflamatórios).
Ainda, o consumo regular de cúrcuma pode alterar os níveis de glicemia do sangue, isso tem sido estudado devido ao possível efeito hipoglicemiante da curcumina. Uma parceria entre pesquisadores americanos e tailandeses avaliou o consumo de 240 pacientes pré-diabéticos (um grupo consumia 1,4g de curcumina e o outro grupo placebo) por nove meses. Os resultados mostraram que 16% do grupo placebo desenvolveu diabetes, enquanto que nenhum indivíduo que consumiu a curcumina desenvolveu tal doença, além disso, estes apresentaram uma melhora na função das células pancreáticas, produtoras do hormônio insulina.
Além da curcumina, há estudos que mostram o efeito do turmerone, outro composto bioativo presente na cúrcuma, como antifúngico e auxiliar no tratamento de doenças neurodegenrativas, já que estimula o crescimento de células tronco. A cúrcuma também é fonte de magnésio: 2 gramas dela em pó fornecem 17% da recomendação diária desse mineral essencial para o funcionamento dos músculos e dos ossos, além de participante da geração de energia ao corpo.
A cúrcuma é usada, principalmente, em receitas salgadas como biscoitos, molhos, feijão branco, arroz, frango e frutos do mar. Abuse você também dessa especiaria para colorir, dar sabor e auxiliar na manutenção de sua saúde.

 

Referências bibliográficas
1. Chuegnsamarn et al. Curcumin Extract for Prevention of Type 2 Diabetes. Diabetes Care. 2012 Nov; 35(11): 2121–2127.
2. Hucklenbroich J, Klein R, Neumaier B, Graf R, Fink GR, Schroeter M, Rueger MA. Aromatic-turmerone induces neural stem cell proliferation in vitro and in vivo. Stem Cell Res Ther. 2014 Sep 26;5(4):100.
3. Mishra S. Palanivelu K. The effect of curcumin (turmeric) on Alzheimer’s disease: An overview. Ann Indian Acad Neurol. 2008 Jan-Mar; 11(1): 13–19.
4. Neto NL, Freire R, Lacerda I. Misturando sabores: receitas e harmonizações de ervas e especiarias. Ed Senac, 2013.
5. Venturim IR. Aspectos nutricionais e dietéticos da cúrcuma. Universidade de Juiz de Fora, MG, 2014.