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Estrategia em Alimento

Rotulagem de alimentos: o que é essencial saber e como se antecipar às mudanças

O consumidor de alimentos está mudando. De acordo com pesquisas (Anvisa) 70% das pessoas consultam os rótulos dos alimentos antes de comprá-los. As preocupações com a saúde e a qualidade de vida estão cada vez maiores e, por isso, antes de colocar no carrinho do supermercado e levar o item para casa, ele será bem analisado. Por isso, a rotulagem de alimentos tem se tornado cada vez mais importante para as empresas e pode ser vista como uma maneira de se destacar do mercado e, para o consumidor, uma maneira de criar alertas sobre o alto conteúdo de nutrientes críticos à saúde, facilitar a comparação entre alimentos e aprimorar a precisão dos valores nutricionais declarados pela indústria.

Uma empresa que queira o respeito do mercado e, principalmente do consumidor, deve seguir as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Esse órgão é o responsável por determinar o que deve ser obrigatório ou não na embalagem dos alimentos.

Baseado nessas informações, vamos falar agora sobre o que não deve estar e o que não pode faltar na hora de desenvolver seu rótulo de forma geral, mas caso você esteja criando agora o seu produto, recomendamos ir ao portal da ANVISA, para entender as especificidades da sua categoria.

O que deve estar presente nos rótulos?

Todo rótulo deve conter uma lista dos ingredientes que estão presentes naquele alimento, para que o consumidor conheça a composição daquele produto, lembrando que, cada vez mais, os consumidores estão buscando alimentos verdadeiros e/ou inteiros, ou seja, uma boa lista de ingredientes é aquela que contêm alimentos conhecidos pelo consumidor, que poderiam ser encontrados em uma casa.

A ordem de descrição é sempre iniciar com o alimento que contêm mais quantidade para o que tem menos. Normalmente a equipe de desenvolvimento de produto tem estes dados.

Para você que trabalha na industria é muito importante que conheça bem a lista de ingredientes dos produtos que trabalha, pois pode ter oportunidades de comunicação que não pensou antes, ou ter alguma surpresa não tão boa quanto ao uso de aditivos ou extensores.

Lembrando que, aqueles alimentos formados com ingredientes únicos não precisam ter a lista como a farinha. Outro detalhe é que as substâncias presentes devem estar em ordem decrescente, ou seja, do ingrediente de maior quantidade para aquele de menor quantidade.

Além dos ingredientes, temos a tabela nutricional, que deve seguir um padrão pré-estabelecido nas normas da ANVISA, que classifica os alimentos de acordo com sua categoria de produto. Por exemplo, bebida tem uma classificação de porção diferente do que a porção de pães. Essas porções precisam ser respeitadas.

Além destas, é preciso que estejam presentes também nos rótulos dos alimentos as informações-padrão como validade, origem e fabricante, quantidade e lote.

O que não deve estar presente nos rótulos?

Qualquer informação que possa levar o consumidor ao erro ou má interpretação. Alguns exemplos:

– rótulos que digam que determinado alimento tem o poder de reduzir o desenvolvimento de uma doença, quando na maioria das vezes, o alimento não possui essa característica ou não há pesquisas científicas suficientes que, de fato, comprovem essa afirmação.

– Falar que o alimento não possui um determinado componente sendo que, naturalmente, ele já não o tem. Por exemplo, “este óleo não contém glúten”. Não é somente porque alguns ingredientes “estão na moda” que a marca deva se aproveitar desse momento para de alguma maneira forçar a inclusão desse “claim” no rótulo. Nesse caso, o correto seria “este óleo não contém glúten, como todo óleo vegetal”.

Quais são as tendências da indústria para rotulagem de alimentos?

Os movimentos mundiais que buscam saúde do consumidor entendem que a informação deve ser cada vez mais clara e transparente para quem compra, a fim de conhecer de fato o que se está consumindo. Isso tem levado diversas empresas a repensar seus produtos e buscar cada vez mais transparência no que é produzido ao consumidor, que por sua vez, passa a valorizar marcas que tenham este comportamento.

Novos modelos de rotulagem chegando

O Brasil está em um importante momento da rotulagem de alimentos, que segue uma tendência global. Existe um movimento forte mundial, e que na America Latina temos o Chile como destaque, para trazer mais conhecimento para o consumidor. A ideia é alerta-lo quanto às quantidades excessivas de ingredientes apontados como os principais relacionados às doenças crônicas, através de um selo simples na frente da embalagem.Esses selos trariam um alerta como “rico em gordura saturada”, “alto teor de açúcar”, “alimento calórico”, “elevado teor de sódio” e assim por diante.

Um novo modelo, muito parecido com o do Chile, apresentado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) para a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) propões tornar as principais informações dos alimentos bem mais claras e simples de serem entendidas.

Esse modelo é teoricamente mais fácil para a população compreender quais alimentos são ricos em açúcar, apresentam gordura trans, excesso de açúcar ou sódio e assim por diante. Entretanto, alguns estudos mostram que esta não é a melhor forma de educação nutricional, mas, de alguma forma, para aqueles produtos que estão com quantidades altas desses ingredientes, tem agora o momento de rever seu portfólio e adequar os que são possíveis de serem adequados, para evitar que seu produto receba um selo que assuste o consumidor.

O ideal é que a sua empresa já comece a se antecipar e fazer mudanças a partir de agora para que o produto não seja penalizado quando a nova rotulagem entrar em vigor. Para isso, você pode contratar uma consultoria em alimentos para ajudá-lo e assim, fazer tudo com mais calma, pesquisas e um bom planejamento.

E as tendências não param! A rotulagem de alimentos continua se aperfeiçoando, especialmente em outros países, então veja agora mesmo como o Canadá vem adotando o modelo de rotulagem nutricional frontal para facilitar a vida dos consumidores!