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Alimentos Clean Label: Conheça e se delicie!

O mercado de alimentos saudáveis está crescendo em ritmo acelerado ao redor do mundo. De acordo com dados da TechSci Research, o setor de orgânicos, por exemplo, promete um crescimento de mais de 16% até 2022. O número tem a ver com o fato de que os consumidores vêm se tornando mais conscientes quanto à saúde e ao bem-estar — resultando em mudanças significativas em seus gostos e preferências.

Nesse sentido, a busca por alimentos isentos de conservantes químicos, corantes ou ingredientes geneticamente modificados, refletiu na criação de uma tendência chamada Clean Label, sobre a qual falaremos neste artigo. Vamos lá?

O que é Clean Label?

O Clean Label é um movimento impulsionado pelo próprio consumidor, que demanda o “retorno” dos alimentos mais naturais, além de uma maior transparência por parte das marcas. Ele contempla produtos alimentícios baseados em ingredientes naturais, simples, fáceis de reconhecer, de entender e até mesmo de pronunciar, deixando de lado os componentes artificiais ou químicos sintéticos.

O conceito de Clean Label envolve também outros atributos, tais como o uso de ingredientes orgânicos e locais, e o não uso de ingredientes transgênicos. Mas embora alguns pilares já tenham sido identificados e definidos, é importante ressaltar que ainda não existe uma definição concreta para o conceito, já que ele permeia vários outros.

Existe um consenso?

Há quem considere que os alimentos Clean Label sejam exclusivamente aqueles isentos de ingredientes que não sejam naturais. Outros, associam o conceito a produtos mais saudáveis, sem componentes que, em excesso, sejam prejudiciais à saúde, como sódio, açúcar, gorduras e aditivos, mesmo que sejam de origem natural. Ainda, há a visão mais ampliada, sobre a responsabilidade das empresas em promover uma comunicação honesta e transparente com o consumidor. 

Mesmo com esses diferentes pontos de vista, os produtos Clean Label têm em comum o objetivo de passar as informações de suas composições com mais clareza. Além disso, priorizam sempre o uso de ingredientes naturais ou que passaram pelo mínimo de processamento em seu processo de fabricação.

Quais critérios classificam um alimento como tal?

De forma geral, para que sejam considerados Clean Label, os alimentos precisam se apresentar da forma mais natural possível. Seus processos devem envolver pouco ou nenhum uso de químicos, além de uma rotulagem mais limpa. Isso quer dizer que, quando o consumidor analisar o rótulo do produto, ele não encontrará uma lista infinita de ingredientes não conhecidos por ele, muitas vezes escritos em outros idiomas ou representados por meio de siglas.

Os nomes e siglas desconhecidas nos rótulos acabam repelindo o público atual, que está mais atento às embalagens, lê e até mesmo estuda os ingredientes presentes nos produtos antes de tomar sua decisão de compra. A tendência Clean Label, dessa forma, impulsionou também as indústrias a repensarem a forma como elaboram os seus alimentos, como veremos a seguir.

Quais alimentos podem entrar nessa categoria?

Não existe um grupo específico de alimentos considerados Clean Label. Na verdade, o conceito pode ser aplicado em qualquer produto alimentício, inclusive bebidas, iogurtes e carnes. Assim como qualquer tendência de mercado, essa nova onda pode ser uma grande oportunidade para as marcas, sobretudo em meio a um mercado exigente e competitivo.

O movimento Clean Label, embora ainda corresponda a um nicho, é crescente e não envolve apenas produtos disponíveis nos supermercados, mas também em restaurantes e demais estabelecimentos comerciais. Esse é o caso da Panera, cafeteria muito popular nos Estados Unidos e que criou a “No, No, No List”, relação de ingredientes excluídos e não utilizados em nenhum produto da rede.

Quem pode ser contemplado por alimentos Clean Label?

Conservantes, aromatizantes, corantes, antioxidantes, realçadores de sabor… muitos desses aditivos, importantes de certa forma para a fabricação de alimentos industrializados, vêm sendo rejeitados por esse novo consumidor. Mas, é preciso pensar que há, também, aquelas pessoas que já não podiam ingerir certas substâncias ou matérias-prima, como os alérgicos, intolerantes, diabéticos, veganos, vegetarianos etc.

Todas essas pessoas encontram no Clean Label mais facilidade para saber o que é seguro consumir ou não, uma vez que esses alimentos são formulados com um cuidado especial. Além de conterem em suas composições ingredientes naturais, eles contam com uma rotulagem simples e de mais fácil compreensão, como já mencionamos.

O papel das indústrias de alimentos

Por parte das indústrias que se preocupam em atender às demandas do consumidor atual, o uso de corantes artificiais, aromas sintéticos e aditivos químicos melhoradores de performance, por exemplo, vem sendo substituído por itens mais naturais e saudáveis — como extrato de páprica e cúrcuma.

Nos Estados Unidos, a Kraft Heinz reformulou a sua linha de Macaroni & Cheese, inicialmente, sem contar aos consumidores. Para manter a coloração alaranjada característica do produto, eles removeram os corantes artificiais, substituindo-os por páprica, urucum e cúrcuma. Não houve alteração na aceitação do produto. A estratégia de sucesso provou que é possível avançar em direção a produtos mais “limpos” sem que haja comprometimento em seu sabor.

Embora essas sejam apenas algumas das várias possibilidades, cabe aos profissionais responsáveis pelo desenvolvimento e produção de alimentos uma tarefa crucial: a de conhecer a fundo as áreas de ciência e tecnologia de alimentos, além da nutrição, para proporcionar cada vez mais alternativas Clean Label.

É fundamental que exista um esforço por parte das marcas nesse sentido, até mesmo para a sua sobrevivência em um mercado no qual os aspectos, como simplicidade e transparência, cativam o consumidor de forma crescente. As empresas devem se preparar para atender as necessidades das pessoas e ajudá-las quanto à educação alimentar e nutricional, um dos fatores que mais pesam na decisão de compra das pessoas.

Sustentabilidade e responsabilidade social

O Clean Label é um movimento que não abrange apenas as listas de ingredientes anunciadas em uma embalagem, mas, também, os impactos que esses produtos causam no meio ambiente e no desenvolvimento da sociedade. Os consumidores têm grandes expectativas sobre como as empresas lidam com a sua produção — e sustentabilidade e responsabilidade social são dois elementos essenciais.

Desde o cultivo de ingredientes até fatores como práticas trabalhistas justas, bem-estar animal, redução do desmatamento e emissão de gases de efeito estufa, e melhorias nas práticas de fabricação, tudo isso passa a ser avaliado com mais cuidado pelo público. Cabe aos fabricantes, então, buscar mais transparência em toda a cadeia de suprimentos.

Agora você já sabe o que é Clean Label e como ele está alinhado às transformações percebidas nos hábitos de consumo atuais. Para fazer com que mais pessoas conheçam o conceito, compartilhe agora mesmo este post com seus amigos nas redes sociais!