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Estrategia em Alimento

Alimentos sem aditivos: confira 3 marcas que estão trabalhando em prol disso!

Na busca por uma vida mais saudável, os alimentos sem aditivos estão cada vez mais presentes na mesa do brasileiro. Isso tem sido possível graças ao avanço da tecnologia associado à incorporação, por parte das marcas, de um racional “back to basics”, o que possibilitou a produção e conservação de alimentos ou bebidas sem o uso dessas substâncias.

Entre as soluções utilizadas pela indústria estão desde as que parecem mais simples, como as boas práticas no processo produtivo, até a mais rebiscadas, como o ultracongelamento e o uso de ozônio.

Ficou interessado? Quer incluir os alimentos sem aditivos no cardápio? Então, siga a leitura do post e descubra as marcas que já mudaram sua formulação em prol disso.

O que são os aditivos?

Aditivo alimentar é, por definição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), “qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, trans-porte ou manipulação de um alimento”.

Sendo assim, os aditivos são incorporados aos alimentos com a finalidade, por exemplo, de impedir alterações ou, ainda, intensificar, manter ou conferir cor, aroma e sabor ao produto em questão.

Ainda não há estudos conclusivos que comprovem os efeitos de muitas dessas substâncias sobre a saúde em longo prazo e/ou a partir do consumo excessivo, como pode acontecer quando o padrão alimentar é baseado essencialmente em alimentos industrializados, por exemplo. Por isso mesmo, muitas pessoas já evitam essas substâncias. Confira os principais aditivos presentes nos alimentos industrializados.

Antioxidantes

São substância diversas que retardam o aparecimento de alteração oxidativa no alimento. Ao inibirem a oxidação, evitam que produtos gordurosos, como a margarina, por exemplo, adquiram aspecto rançoso depois de armazenados por algum tempo.

Conservantes

Substâncias que impedem ou retardam a alteração dos alimentos provocada por microrganismos ou enzimas. Dessa forma, promovem a manutenção de sua estabilidade e aumentam sua durabilidade.

Corantes

O aspecto do produto influencia na hora da compra, e a variedade na coloração é um dos fatores que chama a atenção do consumidor e pode resultar em aumento das vendas. Por isso, muitas vezes são usados os corantes, substâncias que conferem, intensificam ou restauram a cor de um alimento. Com eles, fica mais fácil padronizar a aparência dos alimentos industrializados.

Estabilizantes

O processamento dos alimentos pode, por vezes, alterar as características básicas deles e fundamentais para sua percepção por parte dos consumidores. A decantação ou a separação de fases são exemplos dessas alterações. Para garantir a manutenção da estabilidade, ou seja, para ter certeza de que duas ou mais substâncias imiscíveis em um alimento (água e óleo, por exemplo) não irão se “separar” ao longo de período de validade do alimento, são utilizados os estabilizantes.

Como produzir alimentos sem aditivos?

Como vimos, há tecnologias que conservam os alimentos sem que precise utilizar determinados aditivos. A escolha da tecnologia de conservação mais adequada precisa levar em conta o tipo e natureza do alimento, o processamento que será utilizado e o objetivo da elaboração do produto final.

O ozônio, por exemplo, pode ser usado na sua forma gasosa em embalagens, câmaras frigoríficas e depósitos, protegendo os produtos armazenados da proliferação de micro-organismos que promovem sua deterioração e, assim, evitando o uso de conservantes. A água ozonizada é outra forma de utilização do ozônio, que possibilita aumento da validade de pescado, produtos cárneos, frutas, entre outros gêneros alimentícios.

O ultracongelamento, por sua vez, é caracterizado por uma realização bastante rápida, que forma cristais de pequena dimensão no interior das células do alimento, não provocando a ruptura da membrana celular. Durante o descongelamento, esses cristais são facilmente reabsorvidos pela estrutura celular, mantendo intacta toda a qualidade nutricional e características sensoriais do alimento. Enquanto congelado, a proliferação de micro-organismos e as alterações oxidativas são fortemente inibidas, o que evita sua deterioração e aumenta sua validade.

Outras práticas “menos tecnológicas”, mas de uso igualmente desejável, também ajudam a dispensar o uso de aditivos. A prioridade a matérias-primas de alta qualidade, a temperatura controlada, a limitação do tempo ao qual o alimento permanece em temperatura ambiente e testes microbiológicos sucessivos são exemplos de boas práticas no processo produtivo.

Já existem marcas produzem alimentos sem aditivos?

Muitas marcas têm trabalhado seu portfolio, seja dando preferência a aditivos naturais, repensando ou retirando aditivos que eram habitualmente utilizados, ou lançando linhas e até mesmo todo um portfolio isento de aditivos. Confira algumas delas.

1. Obrigado

A empresa produz água de coco livre de conservantes, antioxidantes, reguladores de acidez ou de dulçor. O resultado é água de coco pura, íntegra, sem nenhum tipo de aditivo.

Isso é possível por conta de seu processo produtivo, que começa com uma forma de cultivo controlado, passa pelo uso de cocos de alta qualidade, e culmina numa forma exclusiva e patenteada de extração e envasamento, na qual a água de coco não entra em contato com o ar em nenhum momento. Somando-se a isso o uso da embalagem asséptica, a proliferação de fungos ou bactérias no seu interior é praticamente nula, possibilitando a manutenção de suas características nutricionais e organolépticas por mais tempo.

É interessante notar que a empresa parte de um mindset diferente do instituído no setor de águas de coco, uma vez que, tendo optado por não utilizar nenhum tipo de aditivo, assume e comunica que as caixinhas do produto podem apresentar diferenças de cor e sabor entre si, assim como acontece na natureza, o que também precisa ser assimilado pelo consumidor acostumado à padronização.

2. Liv Up

Classificada como “Start Up”, a Liv Up produz alimentos prontos para grandes refeições e lanches que são disponibilizados ao consumidor por meio de uma plataforma digital com serviço de delivery. A maior parte deles é congelada, e basta aquecer para que estejam prontos para consumir. Mas mesmo aqueles que são comercializados em temperatura ambiente (snacks como chips de legumes, cubos de frutas secas e pastas de castanhas) são isentos de aditivos. A  lógica é oferecer ingredientes que o consumidor conheça.

3. Nestlé

Apesar de não contar com uma produção totalmente livre de aditivos, a Nestlé deixou de incluir estabilizantes em sua linha de leites longa vida comercializados no Brasil. Essa substância evita que as proteínas lácteas, submetidas a elevadas temperaturas durante o processo de ultrapasteurização, sofram desnaturação e se apresentem instáveis, modificando as características sensoriais do leite.

Segundo o que a Nestlé explora, por meio de estudos aprofundados, coleta de leite diária, controle rigoroso da temperatura de transporte e processamento, e incremento da frequência e variedade dos testes de qualidade realizados ao longo de todo o processo, a empresa chegou a um leite que não tem adição de estabilizantes.

Enfim, os consumidores estão cada vez mais exigentes, de olho nos rótulos e atentos ao que faz bem à saúde. As marcas, por sua vez, precisam acompanhar essa tendência que, sem dúvida, inclui os alimentos sem aditivos. E o melhor é que, hoje, tanto a tecnologia quanto o exercício de repensar a real necessidade dos aditivos permitem esse tipo de produção.

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