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DIETA PLANT BASED E DEFICIÊNCIA DE COLINA

Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira e a pesquisa IBOPE realizada em 142 municípios de todas as regiões do país, em abril de 2018, 14% da população, ou seja, quase 30 milhões de brasileiros se declaram vegetarianos, um crescimento de 75% em relação a 2012. Não há dados específicos em relação à veganos, mas, 55% dos entrevistados afirmou ter um interesse maior em consumir produtos veganos.

O crescimento brasileiro segue uma tendência mundial de expansão da dieta plant based, ou seja, uma alimentação rica em vegetais, alimentos mais naturais, grãos integrais, com menor quantidade de produtos de origem animal, impacto ambiental e com consumo de produtos mais sustentáveis.

De acordo com um artigo de uma nutricionista britânica, o aumento da dieta plant based e a redução da ingestão de carne entre os europeus poderia estar aumentando a deficiência de colina. Um estudo americano com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição entre 2009 e 2012, que avaliou 16.809 pessoas, verificou que a ingestão de colina é inferior ao recomendado em quase todas as faixas etárias.

A colina, está no grupo das vitaminas do complexo B, apesar de não ser identificada oficialmente como uma vitamina. Suas principais funções abrangem a manutenção da integridade da membrana celular, neurotransmissores, metabolismo do colesterol, função hepática e regulação da homocisteína, uma espécie de marcador de doenças cardiovasculares. A colina é um nutriente produzido pelo fígado, mas em quantidade insuficiente para atender às necessidades humanas, portanto, é essencial a ingestão de fontes alimentares.

As principais fontes incluem carne bovina, ovos, laticínios, peixe e frango. Algumas fontes vegetais como brócolis e crucíferos, como couve-flor, repolho e couve também fornecem o nutriente, mas em quantidade muito reduzida. Não existe uma ingestão dietética recomendada (RDA) que atenda entre 97 e 98% de indivíduos saudáveis e nem uma necessidade média estimada (EAR) que atenda pelo menos 50% da população. Nesse caso usa-se como valor de referência a ingestão adequada (AI) de 425 mg/ dia para mulheres e de 550 mg/ dia para homens.

A colina é usada para prevenção e tratamento de doenças, tais como: defeito do tubo neural (DTN) e doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, cognitivas, neurodegenerativas e relacionadas ao fígado. Portanto sua deficiência pode acarretar problemas de desenvolvimento fetal na gestação, doenças hepáticas, neurais e cardiovasculares.

Se tornar vegetariano ou vegano é uma escolha pessoal que, em muitas das vezes envolve questões éticas e a preocupação com o meio ambiente. Alguns adeptos também citam que a saúde pode ser beneficiada. De qualquer maneira é necessário um planejamento com um nutricionista para compensar as possíveis deficiências de colina, assim como de ferro, vitamina B12, ômega 3 e cálcio. É vegetariano ou vegano? Procure um de nossos nutricionistas e melhore sua alimentação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Andréa Fraga Guimarães; GALISA, Mônica Santiago. Cálculos nutricionais: análise e planejamento dietético. São Paulo: Payá, 2018.

DERBYSHIRE, Emma. Could we be overlooking a potential choline crisis in the United Kingdom?. BMJ Nutrition, Prevention & Health, p. bmjnph-2019-000037, 2019. Disponível em: https://nutrition.bmj.com/content/early/2019/09/03/bmjnph-2019-000037.abstract. Acesso em 24 de setembro de 2019.

SVB. Sociedade Vegetariana Brasileira. Pesquisa do IBOPE aponta crescimento histórico no número de vegetarianos no Brasil. 2018.Disponível em: https://www.svb.org.br/2469-pesquisa-do-ibope-aponta-crescimento-historico-no-numero-de-vegetarianos-no-brasil. Acesso em: 24 de setembro de 2019.

WALLACE, Taylor C.; FULGONI III, Victor L. Assessment of total choline intakes in the United States. Journal of the American College of Nutrition, v. 35, n. 2, p. 108-112, 2016. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/07315724.2015.1080127. Acesso em 24 de setembro de 2019.