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Estrategia em Alimento

Saiba mais sobre o mercado de alimentos glúten free

Os alimentos que não contém glúten surgiram na década de 50 para atender a uma demanda específica: o público celíaco. Essas pessoas não podem consumir tal proteína porque apresentam uma reação imunológica ao glúten.

Àquela época, os produtos eram poucos e muito difíceis de serem encontrados, até que uma reviravolta aconteceu quando a dieta ganhou novos adeptos. Várias pessoas que buscam uma vida mais saudável fizeram com que as marcas de alimentos que não contêm glúten chegassem a crescer 200% ao ano no Brasil.

Então, quer saber por que essa dieta faz tanto sucesso? Siga esta leitura e tire todas as suas dúvidas a respeito do tema!

O que é o glúten?

Realmente, muitas pessoas aderiram aos alimentos que não contêm glúten nos últimos anos — mas várias delas ainda não sabem sequer o que essa substância é ou representa na nossa alimentação. A verdade é que o glúten é a combinação de dois grupos de proteínas: a glutenina e a gliadina.

Trata-se de uma substância natural encontrada dentro dos grãos de centeio, trigo, aveia e cevada. Sua principal função biológica é a nutrição dos embriões das plantas, por isso, ela fica no endosperma das sementes desses cereais. Já na culinária, o glúten é responsável por conferir aderência e elasticidade a alimentos bem populares, como pães, bolos e massas.

O seu consumo pode fazer mal?

Em um indivíduo saudável, a ingestão dessa substância não ocasiona reações gastrointestinais, uma vez que a enzima transglutaminase quebra a molécula do glúten em diversas partículas, liberando energia para o organismo.

Na verdade, a humanidade sempre consumiu esses ingredientes. O problema é que, ao longo dos anos, principalmente o trigo passou por uma série de modificações para garantir sua produtividade em larga escala. Ainda não há comprovação científica de que esse melhoramento genético afete o nosso organismo, mas, para muitos especialistas, essa é a causa dos problemas de digestão que algumas pessoas associam ao consumo do trigo.

Além disso, vale ressaltar que o consumo de farinha de trigo — e, consequentemente, do glúten — no Brasil passou de 30 kg por ano em 1970 para 60 kg por ano atualmente. Isso por conta de sua presença em muitos dos alimentos industrializados, como massas prontas, bolos, biscoitos e pães, que acabam sendo protagonistas de grande parte das refeições exatamente pela praticidade que oferecem.

Vale a pena investir no mercado de alimentos que não contêm glúten?

Seja por algum tipo de enfermidade ou pela busca de uma alimentação mais saudável, o mercado de produtos glúten free é hoje uma tendência no mundo inteiro. Apenas nos Estados Unidos, por exemplo, 28,5% das pessoas afirmam que têm a intenção de reduzir ou eliminar a proteína das refeições.

Dados da Euromonitor, uma consultoria internacional, mostram que esse nicho deve crescer cerca de 30% até 2020. No Brasil, especificamente, além dos dois milhões de pessoas afetadas pela doença celíaca (segundo dados do Conselho Nacional de Saúde), a dieta glúten free tem cada vez mais adeptos.

A tendência de alta desse mercado se deve, também, à procura por uma alimentação mais saudável. Segundo o Gluten Free Brasil, o mercado sem glúten cresceu, nos últimos 15 anos, mais de 400%.

Para você ter uma ideia, o consumo anual de pães sem glúten no Brasil já representa pouco mais de US$ 1,00 per capita. Já o de massas e bolos sem essa substância representam um gasto de US$ 0,50 per capita.

De forma geral, a produção de alimentos industrializados “livres de” — em que o fabricante tira de sua composição algum dos seus nutrientes — cresceu a um ritmo de 8% ao ano entre 2012 e 2017 na América Latina, ainda de acordo com a Euromonitor.

Além do aumento na procura desse tipo de produto sem glúten, tal mercado cresce de maneira exponencial porque, enquanto a margem líquida de commodities é de cerca de 5 a 10% na indústria de alimentos, para os produtos sem glúten esse valor sobe para 30%. Apenas entre os celíacos, 55% deles gastam em torno de 30% de seu orçamento em itens isentos da proteína.

Que produtos podem substituir o glúten?

A indústria de alimentos que não contêm glúten utiliza várias substituições. Confira, a seguir, algumas delas.

Fubá ou farinha de milho

Ele é usado em receitas doces e salgadas, mas também serve para empanar alimentos.

De acordo com estudos do Centro de Informações de Micronutrientes dos Estados Unidos, uma xícara de fubá conta com 416 calorias e 4,4 miligramas de gordura total. E o melhor: quase nenhuma gordura saturada.

Também apresenta  89 miligramas de carboidratos totais e 11 miligramas de proteína. Esta quantidade de farinha fornece 7,3 miligramas de fibra dietética, que ajuda a diminuir o risco de constipação e a reduzir os níveis de colesterol.

Além disso, o fubá é uma fonte de fitonutrientes e antioxidantes chamados luteína e zeaxantina, sem falar que conta com mais fibras e ferro do que a farinha branca.

Polvilho doce e azedo

Feito a partir da mandioca, o polvilho é rico em carboidrato e livre de glúten, podendo ser usado para preparar bolos, tapiocas e pão de queijo. Por outro lado, como é pobre em fibras, ele deve ser consumido com moderação.

Grão-de-bico

A farinha de grão-de-bico também pode substituir a farinha comum. Ela é rica em proteínas e aminoácidos e ajuda a produção de serotonina, o hormônio da felicidade. Porém, não é fácil encontrar essa farinha. Se não conseguir, opte pela farinha de feijão-fradinho.

As pessoas que fazem essas substituições afirmam que sentem vários benefícios. Entre eles, podemos citar:

  • melhor digestão dos alimentos;
  • menos alergias;
  • prevenção de casos de anemia;
  • maior absorção de vitaminas e minerais;
  • redução de inflamações causadas por artrites, doenças autoimunes, artrites e problemas intestinais.

Enfim, como vimos, o mercado de alimentos que não contêm glúten está em franca expansão — principalmente porque atinge dois públicos: pessoas que têm algum tipo de restrição à substância e aqueles que desejam uma vida mais saudável. Agora que conhece esses dados, você pode aproveitar esse crescimento do setor e apostar também em alimentos desse tipo!

Tem dúvidas sobre como fazer isso? Entre em contato conosco e veja como podemos ajudá-lo!