O mundo já opera no vermelho em relação aos seus recursos naturais. Especialistas afirmam que a humanidade tem apenas 12 anos para reverter esse processo. Nesse sentido, algumas práticas surgiram, porém, nem sempre elas são recomendáveis. Você sabe, por exemplo, o que é greenwashing?
Na tentativa de diminuir o impacto que causamos ao planeta, teve início uma busca por produtos mais ecológicos. O problema é que, muitas vezes, eles são apenas um apelo de marketing. Daí surgiu o termo greenwashing, que une as palavras em inglês green (verde) e wash (lavar).
Muitas empresas têm se aproveitado desse cuidado que as pessoas demonstram com o meio ambiente sem, na verdade, apresentarem um real engajamento com a ecologia. Para que sua empresa não caia nessa armadilha, siga a leitura do post e saiba o que é greenwashing.
Nesse momento crucial em que o planeta se encontra em relação ao meio ambiente, as empresas começaram a adotar a sustentabilidade como um pilar, ganhando destaque no mercado.
Divulgando ações e atitudes que não interferem drasticamente no meio ambiente, essas companhias passam a ser valorizadas pelos consumidores. Elas aumentam sua credibilidade, alavancam suas vendas e ganham, inclusive, espaço na mídia.
Mas, em meio a isso, surgiu o greenwashing, uma prática incorreta, já que, por meio dela, as empresas usam e abusam do marketing verde sem, na verdade, adotarem realmente políticas sustentáveis.
Essa “lavagem verde” tem sido utilizada por empresas, ONGs ou governos no intuito de promoverem campanhas e propagandas eco-friendly, mas sem que isso esteja amparado por medidas necessárias para uma verdadeira sustentabilidade.
Quem utiliza do greenwashing, de maneira geral, apresenta algumas práticas recorrentes, como revelou o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) em uma pesquisa em cinco redes de supermercado, feita entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019. Confira as principais delas.
Há uma máxima que diz que alegar e não provar é o mesmo que não alegar. Quando a empresa faz uma menção em embalagens ou propagandas, ela precisa ser comprovada por informações de fácil acesso ou por uma certificação de confiança. Caso contrário, não vale de nada.
Não se pode dizer que um produto é “verde” apenas porque ele apresenta um conjunto limitado de atributos. Outras questões ambientais precisam ser consideradas, como o processo de fabricação.
No caso da fabricação do papel, por exemplo, não basta afirmar que ele é sustentável porque vem de onde há madeira de reflorestamento. É importante saber se sua produção emite gases de efeito estufa ou se utilizam cloro no branqueamento.
É comum uma confusão na comunicação das empresas que se utilizam do greenwashing. Elas abusam de informações vagas e sem significado real, inclusive em suas embalagens.
Tudo isso para levar o consumidor a uma interpretação errada. Um exemplo disso é a expressão “todo natural” que empresas colocam nas embalagens. O problema é que, muitas vezes, esses produtos contêm substâncias tóxicas, apesar de naturais, como formaldeído, arsênio ou mercúrio.
Muitas empresas comunicam que o produto é livre de CFC, porém essa é uma informação irrelevante, já que o CFC foi proibido por lei. Portanto, essa característica não pode ser tratada como um diferencial.
Quando uma empresa faz isso, ela está se valendo da falta de informação do consumidor para vender mais. Porém, não faz sentido dar preferência para um produto que está apenas cumprindo a legislação. Isso é o mínimo que se espera do fabricante.
Muitas vezes, a informação fornecida pela empresa até representa a verdade, mas isso não quer dizer que a companhia esteja realmente engajada com a questão ambiental. O que geralmente acontece é que esses dados são usados apenas para tirar a atenção do consumidor, que acaba não observando os impactos maiores que aquele produto causa como um todo.
No caso dos veículos utilitários esportivos de baixo consumo, por exemplo, a propaganda aponta para o mal menor, mas eles ainda representam um risco ambiental. As empresas adeptas do greenwashing, infelizmente, se utilizam dessa prática do “pelo menos não é tão grave”.
Também é comum encontrarmos produtos que não estão vinculados às práticas sustentáveis, mas que apresentam imagens e informações que remetem a isso — a famosa maquiagem verde.
Nos rótulos, muitas vezes, é possível encontrar palavras ou figuras que passam a impressão do endosso de terceiros às práticas da empresa.
Não adianta uma empresa ter uma segmentação eco-friendly e, em outras segmentações, agredir o meio ambiente. Trata-se de uma prática oportunista para atrair consumidores desatentos.
Como vimos, as empresas adeptas dessa prática enganam o consumidor por meio de um marketing de fachada que, ao final, pode trazer malefícios a todos os envolvidos.
Quando uma pessoa quer privilegiar empresas verdadeiramente preocupadas com o meio ambiente e percebe que pode facilmente ser enganado, sem conseguir distingui-las daquelas que praticam o greenwashing, surge a sensação de insegurança e de desconfiança.
Para as empresas, o perigo está na inveracidade da informação. Vale lembrar que propaganda enganosa é crime. Em termos de mercado, poucas coisas podem ser piores para uma marca do que perder a credibilidade.
E, à medida que a ecologia é usada apenas como mais uma estratégia de vendas, os problemas ambientais se agravam. Enquanto a população recebe uma informação falsa de que algumas empresas estão preocupadas com o tema e fazendo sua parte, na verdade, pouco é efetivamente realizado para reverter a situação. E os mais prejudicados são, obviamente, o planeta e a sociedade.
Por isso, para o consumidor, o importante é sempre procurar por mais informações dos produtos, como sua forma de produção, os meios utilizados e não acreditar nas frases prontas usadas pelo mercado. Já para as empresas, é preciso que fique claro que a tendência é de que o consumidor fique cada vez mais consciente e atento a esse tipo de prática enganosa.
Enfim, agora que você já sabe o que é greenwashing, não caia nessa armadilha. Implemente na sua empresa processos transparentes e forneça sempre informações precisas ao consumidor.
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