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Flexitarianismo: mais que um estilo, uma forma equilibrada de consumo

Se você procura reduzir o consumo de produtos de origem animal, mas não é uma pessoa vegana, pode ser que faça parte de um grupo de pessoas que tem demandado produtos que ajude a reduzir seu consumo de produtos de proteína animal (sem cessar o seu consumo por completo). Isso deu origem ao termo flexitarianismo.
Os flexitarianos são indivíduos que prezam pelo equilíbrio em sua alimentação. São pessoas que consomem alimentos de origem animal e vegetal, seguindo uma dieta que não é vegana, mas que também não é focada em produtos de origem animal. Geralmente, consumem esse tipo de alimento, no máximo, uma vez por semana. Aderir ao estilo de vida flexitariano é um processo que ocorre em diferentes formas para cada indivíduo. Segundo Carla Zampini, proprietária da Vegan Pharma, em entrevista a CNN Brasil, muitas pessoas começam a fazer a transição para o flexitarianismo por meio do uso de suplementos, cosméticos e até medicamentos.

Este novo estilo vai além da alimentação e costuma se manifestar também na preferência por marcas cruelty free (que não testam em animais) e negócios que apoiam a causa animal e a preservação do meio ambiente. Em vista disso, a procura por alimentos, roupas e cosméticos que seguem este conceito vem crescendo cada vez mais.

Segundo com as recomendações alimentares do Eat-Lancet – Food Planet Health – a “dieta planetária” considera além da saúde do indivíduo, o que é o melhor para o planeta. Assim, os principais pontos das recomendações têm como base o incentivo do consumo de alimentos de origem vegetal – frutas, legumes, verduras, leguminosas – e a limitação do consumo de alimentos origem animal, em especial a carne vermelha. Recomendações estas que associam a adequação do consumo de nutrientes com o impacto gerado para a produção de cada tipo de alimento, comenta Mirella Pasqualin, nossa Head de Gestão de Projetos.

Uma pesquisa recente apontou ainda que 42% do consumo de produtos à base de plantas é, em grande maioria, feito por flexitarianos, enquanto veganos e vegetarianos representam algo em torno de 4% e 6%.
Isso tem refletido diretamente no mercado de produtos veganos. O Ministério da Economia, a pedido da CNN Brasil, levantou dados sobre esse segmento e constatou que em 10 anos o número de empresas abertas com o termo “vegano” no nome cresceu mais de 500%. Até abril de 2022, foram abertas 117 empresas utilizando “vegano”, “vegana” ou “veganos”.
Com isso, outros segmentos começaram a se adaptar a essa tendência, como por exemplo, os restaurantes, que estão oferecendo novas opções no cardápio para atender a esse público. Muitos produtores de carne também já estão cientes disso: em congresso recente, que reuniu empresas de alimentação, foi apresentado um panorama que aponta a possibilidade de poder faltar proteína no planeta por volta de 2050, caso não haja uma flexibilização no consumo dos produtos de origem animal. Diante disso, o flexitarianismo e o plant based (dieta à base de vegetais), mais que estilos de vida, podem ser a solução contra a escassez de alguns produtos.

 

Referências Bibliográficas:

BRONZE, Giovanna e CHAVES, Karla. Mercado vegano cresce no Brasil com ajuda de “flexitarianos”, mostra pesquisa. CNN Brasil, 2022. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/business/mercado-vegano-cresce-no-brasil-com-ajuda-de-flexitarianos-mostra-pesquisa/>. Acesso em: 2 de Setembro de 2022.

 

CARVALHO, Rodrigo. Flexitarianismo: por mais equilíbrio e consciência na alimentação. Veja Saúde, 2022. Disponível em: < https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/flexitarianismo-por-mais-equilibrio-e-consciencia-na-alimentacao/>. Acesso em 2 de Setembro de 2022.